quinta-feira, 13 de junho de 2013

Minha último despedida: à cidade mesma



Por C. R
Aluna do Nível Intermediário II


Tchau Salvador!

Depois de cinco meses na Capital da Alegria, eu tenho aprendindo, vivido e aproveitado mais do que eu poderia explicar, mas ao mesmo tempo eu tenho sofrido, chorido e reclamado mais do que alguém poderia justificar. Isso é o que Salvador faz- se faz sentir tantas emoções, se faz sentir tanta paixão, se faz sentir TANTA! Tudo de bom e tudo do mal, misturando na cidade e exigindo sua atenção. Quando cheguei na Bahia, em janeiro,  caí sem esperança , completamente e loucamente apaixonada pelas praias, as pessoas, a música, a comida, a alegria, a energia, o amor, a cidade mesma. 

Cada coisa que eu conheci, achava interessante, incrível, impressionante. Tempo passou, e eu conhecia a cidade melhor, e comecei a ver e pensar nas coisas menos lindas, as realidades cotidianas que no início não percebi ou pelo menos não prestava atenção. Com isso, minha cidade e eu comecamos a brigar como amantes novos. Eu estava frustrada, desapontada, zangada e triste. Eu não queria admitir as falhas e deficiências da cidade, o crime, o lixo, a corrupção.. as coisas que estavam interferindo com minha imagem perfeita do Salvador. Mas a vida continuava, e eu tentava conciliar os dois lados da cidade- tentava descobrir como pode ser que a cidade poderia suscitar e poderia representar emoções tais diferentes. Eu tentava descobrir como poderia ser que a cidade estava sofrendo tanto, mas ao mesmo tempo estava tão feliz e cheio de energia. Eu ainda não tenho a resposta certa. Mas tenho uma resposta. Parece que os baianos tem uma atitude extremamente positiva, que eles vêem que, em geral, o bem triunfa sobre o mal, que a beleza da vida e os milagres da natureza triunfam todo o mal e sofrimento. Depois de cinco meses, eu acho que posso finalmente concordar, Tudo Beleza. Eu aprendi a ver o melhor lado da vida, e com isso, tudo é beleza.