sábado, 15 de junho de 2013

O que aprendi no Brasil

Por S. C
Aluna do Nível Intermediário II

Estou um pouco ansiosa para voltar pro meu país no fim no mês.  Amo muito o Brasil, a Bahia e, especialmente, Salvador.  Tenho bons amigos e uma família hospedeira maravilhosa aqui e fico com medo quando eu penso em saindo desse lugar que, agora faz uma grande parte de mim. 
Contudo, esse blog não é para mim falar sobre meus sentimentos nem minhas emoções, mas para apresentar as coisas que eu percebe que aprendi durante os seis últimos meses morando aqui em Salvador. 

Claro que aprendi muito da língua portuguesa (e sei que tenho muito mais para aprender); isso foi o primeiro motivo para voltar pro Brasil.  Além disso, contudo, aprendi um monte de coisa sobre mim mesmo e o mundo em que a gente mora (ou pelo menos as Américas).
Objetividade da Mulher
Notei durante meu tempo aqui em Salvador que a mulher, muitas vezes, está tratada como se fosse um objeto.  Para mim, uma estrangeira, a maioria do tempo foi numa forma passiva – tipo homens olhando para mim para muito tempo nem parando quando eu olhei a eles.  No meu país é rude para olhar a alguém para um tempo durado, mas aqui está aceitado, pelo menos no case de um homem que tem interesse numa mulher. 

Atitude Relaxada da Vida
Isso é alguma coisa que eu acho é bem melhor e o mesmo tempo bem pior do que o atitude do povo americano.  Por exemplo, brasileiros (especialmente baianos são mais alegres, abertos e simpáticos do que americanos e não têm vergonha de gritar, dançar, cantar nem conversar com estranhos.  Acho que isso é ótimo porque a gente somente tem uma vida pra viver, então não deveríamos ter vergonha para experimentar com coisas novas, etc.

Contudo, no outro lado, acho que essa atitude relaxada no relação de vida faz problemas para a sociedade brasileira.  Tudo é mais devagar e produtividade é muito menos do que a sociedade americana.



Essas são as coisas que agora eu percebo que aprendi enquanto morando aqui, mas eu sei que quando chegar no meu país vou realizar que existe muito mais diferenças entre as duas culturas e que tenho aprendido mais do que eu pensava. 


5 comentários:

  1. Quando eu estava lendo essa postagem, fiquei pensando que você tinha lido meus pensamentos. Uma das razões que eu decidi passar meu semestre de intercâmbio aqui no Brasi foi para vivir com a mentalidade relaxada do baiano. No inicio, foi ótimo morar sem preocupações mas depois de meu "lua de mel" com Salvador (o periodo em que só percebi as coisas boas da cidade) comecei a perceber que a modo da vida aqui afeita a produtividade muito e as vezes em uma maneira negativa. Agora, quase 6 meses depois da minha chegada (e só 12 dias antes da minha saída) estou aprendendo que tudo precisa de equilíbrio. Espero que essa novo sentimento fique comigo quando volto aos EUA.
    -SCR

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  2. É com este propósito: conhecer a cultura do outro que fazemos intercâmbio, que viajamos etc., mas também faz parte dessa experiência viver a cultura do outro. Em alguns lugares do Brasil, vocês foram turistas, passaram um fim de semana ou algumas semanas. Aqui em Salvador, vocês foram moradores, enfrentaram o trânsito, viram o que funciona e o que não funciona, conheceram os nossos elefantes amarelo, questionaram muita coisa, conheceram a nossa gente.
    Sei que o "olhar estrangeiro" de vocês é confiável, pois apresenta os dois lados da moeda.

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  3. Com essa costume que não tem vergonha para fazer coisa nova , acho que o Brasil vai crescer com mais valocidade.. Espero que baianos se importam mais suas culturas e recursos naturais pois essas coisas construem Salvador.

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  4. Acho que é assim mesmo, no sentido de que na cultura latina existe a ideia de que trabalhar é práticamente un delito, ou pior ainda, que o trabalho é degradante. O que pode ser um problema é fazer do trabalho sometido ao método classico da ciência moderna (mecanicismo), um fim, produto da relação entre trabalho, chamado e mortificação, onde não existe lugar para o lúdico ou criativo no trabalho. Acho também, que é o que Ch. Chaplin critica no filme "Tempos modernos" e que pode ser entendido como a base da pessoalidade autoritária, efeito neste caso do fordismo e da organização formal.
    W.P.

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  5. Hum...
    Um dia certo muito cedo de manha eu diz para um homem qual eu gosto, gosto demais. Eu disse que sua cultura brasileira-baiana seria tratar mulheres como objetos, ficar um pouco e as deixar abandonadas.
    Quando diria percebei que tinha feito uma coisa errada.
    Ele ficou afastado e muito sombrio. Disse: "O preconceito já existiu. Você já tem tido o preconceito. Por que o espalha pra mim?".
    Nos chegarmos em silencio. Ele disse:"Bom, todos os domingos de manha eu como feijoada. Você quer vir comigo?"
    Eu já ouvi falando sobre feijoadas em 7 horas da manha. Sempre pensava que é uma loucura de comer essa comida tanto sedo.
    - Sim, claro, gosto muito, respondei eu.
    Viemos para o bairro Beco de Cyrila, onde tem uma dos melhores feijoadas os todos domingos de manha sedo.
    Assistimos futebol. Eu comei tudo e rosto dele ficou risonho.
    Assim, foi uma pequena descoberta da cultura brasileira-baiana.

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